terça-feira, 12 de junho de 2012

Maná no deserto dá?


Uma teoria de algumas décadas atrás, que vinha sofrendo o descrédito do universo científico e também do teológico, volta a ganhar forças. É a do ufólogo e escritor suíço Erich Von Däniken que resultou no livro “Eram os Deuses Astronautas?”, publicado com estrondoso sucesso nos anos 70 do século passado. De acordo com a teoria de Von Däniken, seres de outros mundos teriam visitado a Terra em várias ocasiões do passado para, digamos assim, “dar uma mãozinha” aos humanos em algumas obras que até hoje suscitam surpresa e admiração, como as cidades da América pré-colombiana, as pirâmides do Egito, as esculturas da Ilha da Páscoa, Stonehenge e outras do tipo.
Pois as idéias de Von Däniken estão de volta. Novamente são postas em dúvida as possibilidades dessas obras monumentais, geralmente construídas com precisão milimétrica, envolvendo volumes colossais de material muitas vezes nem mesmo encontrado nas proximidades, além de uma instigante e minuciosa relação com fenômenos astrais, terem sido fruto do trabalho humano. Mas o mais intrigante nessa suposta relação extraterrestres-humanos está sendo a aventura
do povo hebreu no deserto do Sinai após sua fuga da escravidão no Egito dos faraós. Conforme as descobertas de vários pesquisadores, também nesse caso houve uma intervenção extra-humana ainda hoje interpretada como sobrenatural, mas evidenciando cada vez mais sua materialidade, o que destroi qualquer característica divina que eventualmente possa ser tomada como prevalecente.
A partir do livro The Manna Machine, dos pesquisadores ingleses George Sassoon e Rodney Dale, este último engenheiro, editado no fim da década de 70, foi construída a teoria da máquina de maná. A história do maná é bem conhecida, pois consta do relato bíblico do Exodus, a epopeia do povo hebreu durante a sua busca pela terra prometida. Segundo o Exodus, os hebreus foram alimentados, durante os quarenta anos que passaram vagando pelo deserto sob o comando de Moisés, pelo maná fornecido por Jeová, ou seja, por Deus. Esse relato é contestado pela teoria de Sassoon e Dale, retomada posteriormente à edição do livro por outros pesquisadores. Esses estudiosos, na maioria historiadores e antropólogos, concluiu que a Arca da Aliança continha, na verdade, a tal máquina de maná, fornecida por seres alienígenas, pois na época os humanos não detinham tecnologia nem recursos minimamente necessários para a confecção de um artefato dessa natureza. Os próprios cabalistas – seguidores de um movimento místico ligado ao judaísmo – teriam chegado a essa conclusão. A máquina de maná seria uma espécie de reator nuclear em miniatura, responsável pela hidrólise de alimentos obtidos a partir de algas desidratadas. O princípio do descanso no sétimo dia seria também uma situação real provocada a partir da tal máquina: durante seis dias da semana ela trabalha fornecendo o alimento e no sétimo dia é preciso fazer uma pausa para limpeza e manutenção. E jejum para o povo, claro.
Segundo as pesquisas, a Arca da Aliança seria o invólucro do Santo Graal e este, a máquina propriamente dita. Não é necessário dizer que tanto a Arca como o Graal eram mantidos em rigorosíssimo sigilo, deles só conhecendo os mandachuvas da ocasião. Após a aventura dos hebreus essa máquina teria ficado em Jerusalém, no Templo de Salomão, posteriormente arrematada pelos Templários e levada para outras paragens, entre as quais a Escócia, o destino mais mencionado pelos pesquisadores. Os Templários, por sua vez, não teriam nada de “monges guerreiros”, como ficaram conhecidos. Sua organização surgiu da necessidade de recuperação do “Santo Graal” que havia caído nas mãos dos muçulmanos. Mas essa já é outra história...

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